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CIRCO LEGAL NÃO TEM ANIMAL!

Autor: Fernanda Leite

A maioria das cidades do Brasil já proíbem animais em circos.

O uso de animais em circos tem se tornado um assunto bastante polêmico. Segundo a Procuradora Autárquica Geuza Leitão, o número de correspondências sobre o tema enviado por cidadãos brasileiros e estrangeiros aos órgãos públicos vem aumentando a cada dia. A sensibilização da população quanto ao bem-estar animal e à segurança do público é refletida também no grande número de Projetos de Lei visando proibir ou regularizar essas atividades com normas severas de segurança. “Em vários estados da Federação projetos de leis já foram sancionados e existem leis proibindo a exibição de animais em circos. No Ceará, temos a Lei Municipal nº. 8049/1997, que estabelece exigências para a concessão de Alvará de Funcionamento em circos que utilizem animais exóticos.”, explica a Procuradora.

Não tem como determinar uma data específica de quando ou como as práticas circenses começaram. Algumas pesquisas apontam que foi há cerca de 4 a 6 mil anos, com os chineses. Outras teorias apontam que a atividade teria começado na Dinastia Ran da China, há apenas 2 mil anos, ou em Roma, na época dos gladiadores.

A história do circo no Brasil teve início no século XIX, com a chegada das famílias de imigrantes. A introdução de animais nos espetáculos pode ser atribuída ao pai do circo, o inglês Philip Astley. No Brasil, são usados animais domésticos ou da fauna silvestre exótica, como elefantes, leões, tigres, camelos, cavalos, macacos, rinocerontes, entre outros, pois é proibida a utilização de animais da fauna brasileira, como onça-pintada, lobo-guará, veado, capivara, mico-leão-dourado, papagaio, arara, peixe-boi e boto-rosa etc.

A acrobata Poliana Braga (44) vem de uma família tradicional de circo. Trabalhou em mais de 20 lugares diferentes, picadeiros conhecidos como Beto Carrero, Orlando Orfeià, circos pequenos que costumam se instalar em periferias e pequenos interiores, e também foi casada com um domador. Ela conta que o tratamento dos animais nos lugares de maior poder aquisitivo é bem diferente, pois eles comem melhor e há jaulas maiores. Também conta que, em qualquer lugar, o treinamento em si não tem maus tratos. Mas, na maioria das vezes, tem-se que bater no animal para que ele possa aprender. “O leão, por exemplo, um dia ele quer trabalhar, outro não. Aí você tem que bater nele, tem que mostrar quem manda. É assim até com as crianças pequenas.”, diz.

O Veterinário Sanatiel Silva (46) explica que animais de circos apresentam comportamento estereotipado. Típico de animais confinados em cativeiro inapropriado e sem enriquecimento ambiental. Os animais recebem acomodação, alimentação e descanso inadequados e insuficientes e passam pelo estresse causado por viagens constantes, em condições precárias. “Os animais dançam, pulam argolas, fazem graça ao público, mas, em qualquer situação, o comportamento natural é forçado pelos adestradores. Somente nessas questões citadas percebe-se que o ambiente em que esses animais vivem não é nada saudável e muito menos adequado para uma vida digna”, completa.

Grandes centros urbanos já proíbem o uso de animais em circos. Um dos melhores do mundo, o canadense Cirque du Soleil, não utiliza animais em suas apresentações.

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