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De Limoeiro para o Brasil, Nanda Moura volta ao Ceará para apresentação no Festival Canoa Blues 2022

POSTED – REDAÇÃO- POR LÚCIA RIBEIRO JORNALISTA (REGISTRO PROFISSIONAL 3090 CEARÁ.

De Limoeiro para o Brasil, Nanda Moura volta ao Ceará para apresentação no Festival Canoa Blues 2022

FOTO: DIVULGAÇÃO

Shows musicais começam hoje em Canoa Quebrada na sexta edição do evento

Nanda Moura é cantora, guitarrista e violonista cearense de Limoeiro do Norte e é considerada uma das grandes revelações do Blues brasileiro atual. Ela será uma das atrações do Festival Canoa Blues 2022, que começa nesta sexta-feira, 25, a agenda de shows. As apresentações serão feitas na “Broadway”, a rua principal de Canoa Quebrada, com a banda Débora Marc Trio e o gaitista paulista David Tanganelli. No palco, uma surpreendente e rica união de ritmos e sons marcados pelo Blues. Os shows começam às 22 horas, com acesso livre ao público.
A abertura do Canoa Blues, no entanto, foi realizada em 9.11, com curso de arte em areia para crianças e adolescentes atendidos pela ONG Canoa Criança. O curso, visando a uma das mais tradicionais manifestações da cultura local, foi ministrado pelo artesão e arte-educador Gledson Canoa, que há mais de dez anos desenvolve estudos e trabalhos com garrafas de areia colorida. Exemplares da produção dele encontram-se em coleções de várias coleções do Brasil e do mundo.

Os shows do Canoa Blues prosseguem no sábado (26 de novembro, ainda em Canoa Quebrada) e em 10 de dezembro em Fortaleza (no BNB Clube de Fortaleza). Todas as atividades, incluindo shows e ações de arte-educação, são gratuitas.
O Canoa Blues retorna neste ano ao modelo aberto e presencial, iniciado em 2008 – em 2020 foi realizada agenda virtual, exibida no canal próprio do evento na plataforma YouTube, e em 2021 foram realizados shows em espaço reduzido de Canoa Quebrada, respeitando as determinações de distanciamento social definidas pelos decretos estaduais de contenção da covid-19.
Na edição 2022, estarão no palco a formação Roberto Lessa Trio, a cantora e guitarrista Nanda Moura (CE/RJ), a formação Débora Marc Trio e o gaitista David Tanganelli (SP). Como atração adicional, o festival incorporará uma das marcas de Canoa Quebrada: o reggae, presente nos repertórios dos artistas que se apresentarão.

O festival inclui a doação de livros para entidades do terceiro setor que atuam em Canoa Quebrada.
“O objetivo do Canoa Blues é, desde a primeira edição, em 2008, o de promover qualidade e interações entre músicos, comunidade e público. Também respeitamos o conceito de atividades em períodos de baixa estação, justamente para aquecer o ambiente turístico de Canoa Quebrada. O Canoa Blues é o festival de diálogo, respeito à arte e fortalecimento da cultura”, explica Roberto Maciel, curador e diretor-executivo do evento.
Uma jam session encerrará o Festival já na madrugada de domingo, 27.11, no restaurante Café Habana, no calçadão da Broadway, convidando o público, outros artistas participantes e promovendo diálogos entre importantes gêneros musicais.

NANDA MOURA

Nanda Moura nasceu em família de músicos. Começou a carreira profissional muito cedo, aos 9 anos de idade. É estudiosa do Blues tradicional, tendo como referências principais artistas dos anos 1920 e 1930, como Blind Willie Johnson, Son House, Robert Johnson, Skip James e as divas Bessie Smith, Memphis Minnie e Ma Rainey.
Atuando no Rio de Janeiro, Nanda já se apresentou com alguns dos maiores nomes do Blues nacional, como Greg Wilson, Maurício Sahady, Sérgio Rocha, Otávio Rocha, Jefferson Gonçalves e Blues Etílicos.
Tem em seu currículo palcos renomados como Circo Voador, Teatro Rival, Sala Nelson Pereira dos Santos, Bourbon Street Festival e Mississipi Delta Blues Festival.

REVISTA ACONTECE – Verdade que você nasceu em família de músicos? Como surgiu seu interesse pela música e especialmente pelo Blues?
NANDA MOURA – É verdade sim. Desde muito nova tenho contato intenso com a música. Meu pai é cantor e minha mãe compositora e poetiza. Meu avô paterno era violeiro. Do lado materno, meus tios são todos músicos, tendo de maestro regente a saxofonista, trombonista, clarinetista e percussionista. Comecei a me apresentar ainda criança, aos 9 anos de idade, tocando violão e cantando junto com o meu pai. De lá pra cá, tive a oportunidade de estudar música com os meus tios, com os quais aprendi a ler a música e a tocar clarinete. É uma longa história, mas a minha base foi construída AÍ. O Blues surgiu pra mim no período da adolescência, quando comecei a ouvir rock e foi inevitável conhecer Rolling Stones e Eric Clapton, por exemplo. Daí pra chegar a B.B. King e Muddy Waters foi um pulo. Daí em diante eu vi que a pesquisa não tinha fim.

REVISTA ACONTECE – Cantora, guitarrista e violonista, você considerada uma das grandes revelações do Blues brasileiro atual. Quais suas referências no gênero? Quem você mais admira? O que está escutando atualmente?
NANDA MOURA – É difícil citar um artista só, porque são muitas as minhas referências. Uma das maiores, pra mim, é a Memphis Minnie, cantora e guitarrista de Blues que ficou mais conhecida principalmente nos anos de 1930-40, com a qual me identifico bastante, inclusive. Gosto muito de artistas com um estilo mais tradicional e acústico, como Lightnin’ Hopkins, Skip James, Son House, Blind Willie Johnson, e alguns mais atuais como Rory Block, Keb Mo’, Eric Bibb.

Falando de guitarra elétrica, Bonnie Raitt é uma referência. Se falar de blues feito no Brasil, Otávio Rocha, dos Blues Etílicos, tem um estilo que me chama atenção, pela guitarra slide que sou apaixonada. O Otávio tem sido um grande amigo e conselheiro. Mas não posso deixar de citar outros ídolos, que hoje são meus amigos, Maurício Sahady, Álamo Leal, Greg Wilson, Flávio Guimarães, Jefferson Gonçalves.
Atualmente não tenho escutado nada que não seja Blues. Acho importante essa imersão, essa absorção da linguagem nas inúmeras vertentes que existem dentro do estilo, e a vertente que mais tenho escutado é Hill Country Blues.

REVISTA ACONTECE – De Limoeiro do Norte, agora você mora no Rio de Janeiro. Na sua opinião, para o artista, continua sendo melhor sair do Ceará para conseguir trabalho e projeção ou isso mudou? Como está sendo a carreira no circuito carioca?
NANDA MOURA – Moro no Rio há 8 anos e não posso deixar de perceber que essa terra proporciona oportunidades que seriam mais difíceis de ser alcançadas se estivesse em outro lugar. Mas são oportunidades cavadas, cavoucadas, nada cai do céu. Como em qualquer outra área profissional, tem muito trabalho e estudo por trás de um mínimo de êxito. Estou feliz com a forma como a minha carreira está acontecendo aqui. O espaço e reconhecimento que venho conquistando me dão um sinal de que alguma coisa certa eu estou fazendo e é por aí que eu sigo.

REVISTA ACONTECE – Você já se apresentou em lugares como Circo Voador, Teatro Rival, Sala Nelson Pereira dos Santos, Bourbon Street Festival, Mississipi Delta Blues Festival e agora tem apresentação marcada no Festival Canoa Blues 2022. Qual a expectativa para a apresentação? O que você irá cantar para seus conterrâneos?
NANDA MOURA – É a primeira vez que levo o meu trabalho para a minha terra natal, então estou feliz e empolgada com isso! Preparei um show com muito carinho, juntando as minhas principais referências, e eu sempre gosto de colocar umas surpresinhas. O Canoa Blues é um acontecimento especial. Estive lá há muitos anos, como espectadora, e lembro de ter ficado encantada com algumas atrações.
Espero proporcionar este mesmo sentimento ao público do festival, porque eu estarei entregue no palco, inteira.

REVISTA ACONTECE – Do que você mais sente falta do Ceará? Quais os próximos shows e projetos de Nanda Moura?
NANDA MOURA – Primeiro, da minha família, sem dúvidas! Segundo, da comida! Terceiro, da paisagem. A vegetação de caatinga me fascina, e eu sou apaixonada pelas carnaubeiras. Sempre que vou visitar a minha terra, quando estou a caminho e as carnaubeiras começam a aparecer na paisagem, eu sei que estou perto do meu lugar, da minha raiz.

Sobre os planos futuros, tem um álbum no forno, quase saindo, que tive o prazer de gravar com dois grandes músicos e amigos, o gaitista Rodrigo Eberienos e o guitarrista Otávio Rocha. Logo mais será lançado.
Para 2023, tenho trabalhado muito focada em festivais, e tenho em vista participar de festivais por todo o Brasil, incluindo estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Maranhão, Pernambuco, Mato Grosso. Em 2023 também darei os meus primeiros passos musicais fora do Brasil, no Cosquín Rock (Argentina), o maior festival de música do país. Acredito que vai ser um ótimo ano e estou com sede de mostrar o meu trabalho!

SERVIÇO
Festival Canoa Blues – Edição 2022
25 e 26 de novembro, em Canoa Quebrada, a partir das 22 horas
10 de dezembro, Fortaleza (BNB Clube – Av. Santos Dumont), a partir das 21 horas
Aberto ao público

ENTREVISTA POR: FELIPE PALHANO

FOTO: DIVULGAÇÃO

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