Em um único dia, a Petrobras sofreu uma queda de 34 bilhões de reais em seu valor de mercado, conforme análise de Einar Rivero, sócio da Elos Ayta Consultoria. Após o anúncio repentino da demissão de seu presidente, Jean Paul Prates, na noite anterior, a empresa viu seu valor despencar de 543 bilhões de reais para 509 bilhões de reais no fechamento do mercado, uma desvalorização comparável ao valor de mercado da operadora de planos de saúde Hapvida.
As ações preferenciais (PETR4) e ordinárias (PETR3) da Petrobras lideraram as perdas do Ibovespa, com quedas de 6% e 6,78%, respectivamente. O índice Ibovespa encerrou o dia com uma leve queda de 0,38%, atingindo 128.027 pontos. No acumulado do ano, as ações da Petrobras registraram alta de 10,6% e 9,7% para as preferenciais e ordinárias, respectivamente, segundo dados da Elos Ayta. Em 12 meses, os ganhos acumulados foram de 84,3% e 69,9%.
Enquanto isso, outras empresas registraram altas expressivas, como a Embraer, que avançou 5,6%, e os frigoríficos Marfrig e JBS, com ganhos de 6,3% e 8,1%, respectivamente. No mercado cambial, o dólar encerrou o dia com uma alta de 0,12%, cotado a R$ 5,137.
A demissão de Jean Paul Prates, coordenada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, encerrou uma série de desentendimentos entre o ex-CEO e o Planalto, que começaram quando a empresa anunciou sua intenção de reformular o repasse dos dividendos. Prates defendia distribuir uma parte dos dividendos extras aos investidores, enquanto parte do governo preferia retê-los na companhia. Esses dividendos extras representam uma parcela adicional dos lucros que a Petrobras vinha distribuindo a seus acionistas nos últimos anos.
A repercussão da demissão afetou não apenas o mercado nacional, mas também teve impacto nas bolsas europeias e nos futuros americanos, que operam em alta na manhã desta quinta-feira, 16. O presidente Lula indicou Magda Chambriard, ex-diretora da Agência Nacional de Petróleo (ANP) durante o governo Dilma, para substituir Jean Paul Prates.