Uma terapia inovadora chamada CAR-T Cell, desenvolvida em São Paulo, tem mostrado resultados promissores no combate ao câncer. Em um estudo envolvendo 14 pacientes, 9 deles apresentaram remissão completa da doença. Essa terapia é fruto de uma parceria entre as Faculdades de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), USP de Ribeirão Preto, o Hemocentro da cidade e o Instituto Butantan.
A terapia CAR-T Cell utiliza células de defesa do próprio corpo, que são modificadas geneticamente em laboratório para combater tipos agressivos de câncer, como leucemia linfóide aguda, linfoma não Hodgkin e mieloma. Esse tratamento é indicado para pacientes que não respondem a quimioterapia, radioterapia ou transplante de medula. O processo é relativamente rápido, com duração de cerca de meia hora, e tem mostrado eficácia na eliminação da doença.
Como funciona:
- Primeiro é feita a coleta de sangue do paciente para obter as células de defesa – os linfócitos T, ou células T;
- Elas são enviadas a um laboratório e passam por uma modificação genética para poder identificar as células cancerígenas;
- Chamadas agora de células CAR-T, elas são devolvidas para o paciente por uma infusão;
- No corpo do paciente, as novas células se multiplicam e começam a eliminar o câncer.
A terapia CAR-T foi originalmente desenvolvida nos Estados Unidos e aprovada pela FDA em 2017. No Brasil, o tratamento pode ser realizado de duas formas: uma envolve o envio das células para laboratórios no exterior, a um custo elevado de aproximadamente R$ 2 milhões. A outra opção é participar de estudos clínicos em instituições como o Hospital Albert Einstein ou o Hemocentro de Ribeirão Preto.
Esses resultados iniciais trazem esperança para o futuro do tratamento de câncer, com perspectivas de que a terapia se torne mais acessível e eficaz em um número maior de pacientes.