De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC) da Fecomércio Ceará, setembro mostra uma estabilidade no índice de endividamento dos consumidores de Fortaleza. Segundo o levantamento, 75,1% dos residentes da Capital estão atualmente endividados, com leve redução de 0,2 pontos percentuais sobre o último mês de agosto (75,3%), e do indicador de setembro do ano passado (75,7%).
O perfil do consumidor endividado mostra predomínio do grupo do sexo masculino, com 75,3% de taxa de endividamento, do estrato com idade entre 25 e 34 anos (80,1%) e da classe com renda mensal entre cinco e dez salários-mínimos (76,8%).
O índice de consumidores com contas pendentes ou dívidas em atraso também apresentou estabilidade, com aumento de 0,2 pontos percentuais, com o índice passando de 21,1%, em agosto, para 21,3% em setembro. Este indicador permanece abaixo do verificado no mesmo mês do ano passado, quando foi medido em 24,3%.
O perfil do consumidor com dívidas em atraso mostra preponderância do grupo do sexo feminino (21,8%), com idade acima dos 35 anos (22,2%) e renda familiar mensal de até cinco salários-mínimos (21,5%).
A análise dos dados revela que o prazo médio de atraso é de 77 dias e as principais razões para o não pagamento de dívidas são o desequilíbrio financeiro, citado por 62,6% dos entrevistados, seguido da necessidade de postergar o pagamento para uso dos recursos em outras finalidades (39,3%), a perda de prazo por negligência (6,8%) e a contestação da dívida (4,3%).
Comprometimento da renda
Em Fortaleza, os consumidores destinam, em média, 44,4% da renda familiar para pagar dívidas, com aumento de 0,7 pontos percentuais na taxa de comprometimento em comparação ao último mês de agosto (43,7%), e superior ao observado em setembro do ano passado, de 43,5%.
O endividamento médio é de R$ 1.791 com prazo médio de oito meses para o seu vencimento total. Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 81,2% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 18,3%; empréstimos pessoais, com 8,7% e carnês e crediários, com 4,7%.
Os resultados da pesquisa revelam que são os gastos correntes que predominantemente contribuem para o endividamento, destacando-se aquisição de alimentos a prazo, mencionada por 64,9% dos entrevistados. Além disso, observa-se o comprometimento financeiro com a cobertura de despesas relacionadas ao custeio de saúde (31,3%), a compra de itens de vestuário (24,2%) e ao aluguel residencial (22,8%).
Inadimplência potencial
A taxa de inadimplência potencial, que indica a proporção de consumidores que enfrentarão dificuldades financeiras para cumprir suas obrigações, é de 12,6% em setembro, com aumento observado de 1,3 pontos percentuais com relação a agosto (11,3%) e próximo do verificado em setembro do ano passado (12,8%).
O perfil do consumidor em situação de inadimplência revela preponderância do grupo do sexo feminino, com taxa de 14,7%, com idade acima dos 35 anos (13,8%) e do estrato com renda familiar mensal de até cinco salários-mínimos, que apresenta uma taxa de 13,4%.
Orçamento familiar
A pesquisa ainda revela que 74,3% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento.
Dos entrevistados, 14,2% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos, e 11,4% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.
Entre os fatores que os consumidores apontam como contribuintes para essa problemática, destacam-se:
- A falta de orçamento e controle dos gastos, com 67,3% das respostas;
- As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 18,5%;
- O aumento dos gastos considerados essenciais, com 18,4%;
- Redução dos rendimentos, com 14,7%;
- Desemprego, com 14,3%;
- Gastos imprevistos, com 13,0%.